"Se o que fizeste ontem te parece grandioso,é porque hoje ainda não fizeste nada."

terça-feira, 21 de agosto de 2012

UÈ patrão!



O espaço europeu, onde nos inserimos, está no meio de vários confrontos estratégicos, actuais, que estão longe de serem minimamente claros e entendidos pela opinião pública portuguesa...muito menos por mim.
O mesmo se passa com a classe mamo-política, que se tem revelado perfeitamente impreparada – e nem sequer vocacionada – para entender o que se passa no mundo e de como Portugal pode ser afectado e/ou defendido, no meio de tão complexa trama.
Creio apenas existirem umas poucas pessoas conhecedoras, capazes de perspectivarem a situação Geopolítica e Geoestratégica de Portugal e com acesso a informação relevante; umas dezenas de milhares de cidadãos espalhados pelo país, que intuem e se preocupam com a gravidade da situação e falam disso acompanhando fino ao final da tarde na esplanada, e umas poucas dezenas de políticos/“gestores”, que são ponta de lança(e partilham a mesma esplanada) dos poderes semi-ocultos que puxam os cordelinhos no xadrez internacional.
Os primeiros estão, por norma, fora do poder e pouco o influenciam; os segundos estão atomizados e dispersos, e sem liderança que os congregue; os derradeiros estão hipotecados a interesses, para os quais Portugal e a Nação dos portugueses, nada valem e nada interessam.

O sistema político, entretanto instituído, tem-se revelado muito incapaz e incompetente para liderar a população. A sobrevivência de Portugal está verdadeiramente em causa, e não são declarações “solenes” a dizerem que temos 900 anos de História e que já ultrapassámos muitas crises, que são garantia de coisa alguma!
E tais tiradas não revelaram, até agora, qualquer virtualidade, a não ser uma falsa sensação de tranquilidade em espíritos mais impressionáveis.
Com este pano de fundo, a que se deve acrescentar o facto de nos termos colocado em pré-bancarrota, que originou a vinda da “Troika” e termos ficado com a soberania limitada; importando cerca de 70% do que comemos e com demografia negativa, tudo o que se passa à nossa volta está a anos-luz de ser tranquilizador.

A Europa está a ficar um vulcão cheio de fumarolas.

A Nato (leia-se, os americanos) tenta empurrar os misseis cada vez mais para cima da fronteira da Rússia; a luta pelas fontes de energias, seu acesso e seu transporte, é feroz e subterrânea; a tentativa de controlo de locais chave, para o comércio, minerais estratégicos e de interesse militar, é global e cada vez mais intensa entre as grandes potências; o terrorismo está longe de estar controlado (eu próprio seria um se não tivesse 8 horas de trabalho por dia); as velhas nações arriscam fragmentarem-se em “autonomias” e tentativas de independência; a “Primavera Árabe”, cujos contornos ainda não se conseguem perceber com nitidez, veio trazer imensos factores de imprevisibilidade e instabilidade; o Médio Oriente continua um barril de pólvora; o Afeganistão e Paquistão aparentam serem incontroláveis e estáveis e o ataque militar contra o Irão foi, aparentemente, adiado, sem se saber exactamente porquê. E não deixa de ser curioso, que a última reunião do Grupo Bilderberg, prevista para Haifa (Israel), tenha sido transferida para Chantilly, Virgínia (USA) (31/5 - 3/6).

Mas não é esse o ponto...o ponto é chegar à crise financeira actual e tentar perceber o ataque ao euro (ao qual jamais Portugal devia ter aderido), o que corre paredes meias com uma aparente tentativa de hegemonia dentro da UE, por parte da Alemanha. Esta arrasta consigo os seus tradicionais aliados e leva a reboque a França. Como é tradição secular nestes casos, a Inglaterra (que funciona como “cavalo de troia” americano, na Europa), já manobra para sabotar o esquema.
É neste âmbito que ocorre o ataque ao euro. A guerra contra o euro parece não ter cara, mas ela existe e está do outro lado do Atlântico.

O que se consegue perceber de tudo isto – a informação relevante é difícil de obter e está camuflada – parece poder levar-me a concluir o seguinte:
As poucas dezenas de famílias /impérios , alguns já centenários, que dominam os EUA (muitas delas de matriz judaica/sionista), que constituem a plutocracia dominante (no mundo), não podem nem lhes convém, lançar mísseis de cruzeiro sobre alvos europeus. Porquê?
Porque a  Geoestratégia e Geopolítica comungam  ao considerarem a união das margens do Atlântico Norte como um objectivo primordial de segurança.
Deste modo os EUA  necessitam do Continente Europeu, sobretudo da sua parte ocidental e central, para uma defesa comum. Obrigado NATO!

Todavia, sendo as margens do Atlântico complementares em termos de segurança são, também, concorrenciais em termos económicos.
Os EUA precisam de ter na Europa um mercado forte para os seus produtos (daí o Plano Marshall estar longe de ser apenas uma ajuda filantrópica), ao passo que nunca deixaram de proteger a sua produção com taxas alfandegárias. Tanto se lê sobre um  segundo Plano Marshall!!!
Enquanto durou a “Guerra-Fria” este esquema funcionou na quase perfeição: Os europeus colaboravam com os americanos do norte nas despesas da defesa, cabendo a maior fatia aos americanos; devido ao guarda-chuva nuclear americano, os países da CEE, desenvolveram-se extraordinariamente e dedicaram-se ao comércio, o que era bom para todas as partes. A Alemanha estava ocupada militarmente (como ainda está agora, embora já não pareça), e pagava vários Euromilhões  tanto para a NATO como para a CEE. E mantinha um “low profile”. 

O Dólar era rei.
A queda do muro de Berlim (9/11/1989); o alargamento da Organização Mundial do Comércio a outros países, principalmente, à China (9/11/2001); a subida de patamar na perigosidade do terrorismo com o ataque World Trade Center (11/9/2001), em Nova Iorque (caso ainda para se perceber verdadeiramente), a evolução dos países muçulmanos e a emergência de novas potências (Brasil, India, Rússia, etc.), veio baralhar tudo. 9,11,9,11,11,9...veio mesmo baralhar tudo.

A economia lá foi andando, havendo problemas cada vez mais acentuados, de âmbito social, nos países europeus (e também nos EUA), por causa da deslocalização das empresas e da concorrência de mão-de-obra barata/escrava.
Porém, o “sangue” de todo o sistema continua a ser o (maldito) dinheiro, isto é a moeda em que a maioria das transações é feita e a que se constitui como reserva mundial. Essa moeda tem sido o dólar.
Ora, tem sido este fluxo ininterrupto de dólares (nomeadamente de “petrodólares”) que permite ao Federal Reserve, em Washington (FED, para os amigos), emitir as notas que quer; manter o nível de vida americano alto (e o preço do combustível baixo), imprescindível para não haver revoltas nos Estados da União e ir financiando o já hiperbólico “deficit” americano.
Eis senão quando o núcleo duro da UE decide avançar com o euro (entrada em vigor,já sem o 9 a 1/1/2002).
O euro começou a fazer concorrência ao dólar e aqui é que a porca torceu o rabo…

Saddam ameaçou negociar o petróleo noutras moedas, até podia ser em euros, resultado, o Iraque foi bombardeado e ocupado. Saddam enforcado. Na altura houve uma crise transatlântica e surgiu a “nova Europa” versus a “velha Europa”, lembram-se?
Kadhafi fez a mesma ameaça (até tentou criar uma moeda única entre todos os países africanos produtores de hidrocarbonetos, para comercializar os mesmos), e passou imediatamente de bestial a besta. Também já cá não está para contar como foi…
Outros casos se deram e o Irão está a aguardar a sua vez. Aparentemente foi necessário tratar da Síria primeiro (e a realidade não tem nada a ver com o que é veiculado nas televisões).
Ora não sendo possível atacar a França e, sobretudo, a Alemanha – que, insiste-se, continua a ser um país ocupado militarmente e com uma constituição imposta pelos vencedores da IIGM – teve de se inventar um novo método.

No meio da ganancia dos principais agentes financeiros mundiais, concentrados do outro lado do Atlântico, ligados em rede pelas bolsas, a mais importante das quais fica na Wall Street (nome originado numa paliçada para proteger os primeiros colonos dos ataques dos índios),eis que apareceram essas figuras enigmáticas chamadas de “mercados”. Estes “mercados” movem-se, então, através dessas outras não menos enigmáticas figuras, apelidadas de “agências de rating”, obviamente americanas.
Primeiro, através da inflação do crédito barato, fizeram disparar as dívidas de governos e indivíduos; apostaram na especulação; inventaram “produtos tóxicos” (fantasmas) e geraram biliões em dinheiro virtual que não tinha qualquer correspondência com a economia real.
Compraram políticos, comentadores e peritos para fazerem acreditar que tudo estava indo no bom caminho; desregularam o sistema financeiro internacional, sobretudo o Ocidental, depois de terem destruído os mecanismos de regulação, incluindo o do próprio governo americano. O sistema cretino-democrático da caça ao voto, fez o resto.

Muitos países endividaram-se a um nível impossível de poderem pagar as dívidas. Portugal foi um deles e não foi o pior.
A Alemanha resistiu, aguentou a indústria e não deslocalizou empresas, mantém uma agricultura muito desenvolvida, óptimos níveis de serviços e muitas mais-valias tecnológicas. Gerou “superavit” e os seus bancos emprestam dinheiro. Com cerca de 80 milhões de habitantes conseguem ter um PIB idêntico à China com 1.3 mil milhões de pessoas...

Resumindo, os países do euro estão a ser atacados um a um através dos seus elos mais fracos (a Espanha vai rapidamente ficar pior do que nós, seguindo-se a Itália e a Bélgica), mantendo o euro e a economia europeia numa instabilidade e derrapagem permanentes. Tal criou clivagens entre os 27, paralisou o processo de tomada de decisão que passou de Bruxelas para Berlim e fez patinar a fuga para a frente do “federalismo europeu”, em que a Srª Merkel pretenderia orientar o caminho, único que permitiria à Alemanha  manter a supremacia na União.

A Grã-Bretanha já iniciou, até, a criação de um cordão sanitário – uma espécie de EFTA actualizada – para lhe fazer gorar os planos.
O pseudo governo instalado em Lisboa, se fosse português, percebesse alguma coisa do que se passa e não estivesse minado por conivências várias, faria os impossíveis por nos tirar desta merda! 

De facto a História não se repete, no sentido em que todo o palco e personagens em que ela se desenrola muda com o rolar dos tempos. Mas isso não impede que outras situações, vividas ou criadas por outras pessoas e com outros (ou os mesmos) métodos, não deem azo a que objectivos idênticos não possam ser atingidos em tempos diferentes.
Acreditem que as 18 invasões militares que o Portugal europeu já sofreu dos seus vizinhos, nestes últimos oito séculos, foram todas diferentes. Embora me pareça, que os seus objectivos não andariam longe uns dos outros...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Dinâmicas do mundo contemporâneo


Ao longo dos tempos vão-se firmando na mente das pessoas e dos povos um conjunto de ideias que são resultantes do pensamento filosófico, das doutrinas religiosas, das ideologias políticas e do conhecimento científico. Muitas destas ideias constituem “modas” em determinadas épocas até que aparecem outras que as substituem ou até que a experiência da vida e das coisas as modificam, excluem ou adequam.
Mudar ideias feitas, “verdades” históricas oficiais ou “certezas” politicamente correctas é, pois, um trabalho hercúleo.
E é muito mais conforme à natureza humana dar-se ao preconceito, ao interesse pessoal e à inveja do que saber ouvir, manter espírito aberto e boa intenção. E devemos ter presente que a coragem moral, muito mais que a coragem física, é uma das qualidades que está para o homo sapiens, como os gases raros estão para a atmosfera… Algumas ideias menos adequadas dominam grande parte das mentes, ou nem sequer passam pela cabeça de muitas outras como sejam a de que a Economia não é um fim em si mesma, pois deve obedecer a uma política e ser instrumento da Estratégia; o mesmo se passa com a Democracia, que é apenas um meio para se tentar atingir as aspirações utópicas da Humanidade quanto a Segurança, Justiça e Bem Estar.
Também existe a convicção de que o dinheiro comanda a vida, o que não é verdade. O que parece mais certo é que as ideias lideram a vida e o dinheiro segue as ideias. E entre as ideias, a ideia religiosa é ainda aquela mais forte, como os últimos acontecimentos no mundo não deixam margem para dúvida. Os exemplos podiam-se multiplicar.
Ora é por causa da importância das ideias que pretendo trazer à ribalta aqui no meu blog pessoal ( parece-me que só eu leio ) três questões que estão determinantemente a influenciar a vida nos estados nações ocidentais, sobretudo os europeus.
São elas:
- A Teoria do Bom Selvagem;
- A Doutrina do Relativismo Moral;
- A Teoria da repartição dos ovos, por diferentes cestos.
Vou tentar analisar, sucintamente, cada uma delas.
A Teoria do “bom selvagem” tem origem na Revolução Francesa e é seu principal teorizador Jean Jacques Rosseau (entre outras coisas, Antropólogo). Um dos postulados mais importantes desta teoria é a de que “todos os homens nascem livres e iguais” e são, por natureza, bons e bem formados. A sociedade é que os estraga, depois.
Pode-se concluir, pois, que a sociedade – um ente sempre mal definido -, é que é culpada de tudo o que acontece.
Logo, nós deveremos ser benevolentes, na apreciação das faltas e incidir o nosso esforço não na imposição de penas e castigos mas sim na prevenção e na recuperação dos que se desviam do bom caminho.
Aplicada em sentido lato, esta teoria leva à desresponsabilização dos actos. O que se passa com o combate à droga ilustra à evidência o que estamos a narrar ( não será próprio integrar ai as questões do consumo )
A influência mais notória destas ideias, no presente, faz-se sentir nas áreas do ensino, da justiça e no modo de actuar dos “media”, que por sua vez condicionam extraordinariamente o comportamento e logo a censura moral e social.
O desbragamento das actuações tem piorado as coisas de tal modo que já há juízes a prenderem polícias e soltarem ladrões, alunos a baterem nos professores e uma censura nos órgãos de comunicação social, feita de mil maneiras.
As consequências de tudo o que se passa são muito importantes, porque a feitura das leis, por ex., ( e lembro que a sociedade rege-se por estas), o exercício da autoridade, o grau de exigências nos comportamentos e na aprendizagem, etc., reflecte tudo isto.
Em segundo lugar, temos o “relativismo moral”. Nós passámos a construir a sociedade dando prioridade ao indivíduo e não ao grupo. O “eu” passou a ter mais importância do que o “nós”. Os aspectos materiais da vida passaram pouco a pouco a sobrelevar os espirituais; a religião e seus preceitos, foram atacados e ridicularizados; todas as instituições questionadas e postas em causa; a hierarquia rebaixada, as estruturas horizontalizadas, a autoridade considerada como um resquício fascistóide, etc.
Desenvolveu-se exponencialmente os conceitos de hedonismo, egoísmo, consumismo, conceitos libertários, internacionalismos, etc. tudo veio a desembocar no relativismo moral. Isto é, não há bem nem mal absoluto é tudo relativo às circunstâncias, aos desejos e, até, aos interesses.
Ora isto resulta na sociedade do vale tudo, onde não há Norte, não há referências, onde se deixou de saber distinguir o Bem do Mal, o Belo do Feio, a Verdade da Mentira, os Princípios das Conveniências.Venha o Rei!!
Não surpreende, portanto, que o actual Papa Bento XVI, tenha escolhido como principal tarefa da Igreja, o combate ao relativismo moral.
Finalmente, termos a teoria dos ovos fora do mesmo cesto.
Tem a ver, sobretudo, com o equilíbrio de poderes e no receio – ou conveniência -, que se espalhou, de não permitir autoridade em demasia a nenhum órgão de soberania ou até a outros com funções institucionais dentro do Estado.
Por isso é que existe a discussão permanente quanto à desejabilidade das maiorias absolutas dentro do Parlamento, dos poderes efectivos do Presidente da República; dos equilíbrios partidários nos órgãos supremos da Magistratura. Por isso é que as Forças Armadas não têm um chefe mas quatro; a Magistratura se degladia com a Procuradoria Geral da República e ambas com o Ministério da Justiça; as escolas não têm, um responsável, mas vários conselhos (directivo, pedagógico, científico, dos pais, dos alunos, etc.); a palavra do oficial não faz fé, nem a do agente de autoridade, e quase todas as decisões importantes dos ministros tem que obter um parecer de vários secretários de estado, dos verdes, dos amarelos, da associação xpto, etc. Parece que o Ministério da Defesa Nacional é que está dispensado de opinar se alguma coisa que se queira intentar fazer, pode pôr em causa aspectos de Defesa e Segurança!
De tudo isto resulta que o País se assemelha a um helicóptero em estacionário. Isto é, não tem resultante e, por isso, não sai do mesmo sítio.Venha, novamente o Rei!!
Grande parte destas ideias são oriundas e fermentaram, do célebre Maio de 68 em França e que se estenderam um pouco a toda a Europa Ocidental. Esta convulsão social revelou-se sobretudo desestruturante, do Estado, das tradições, das instituições, da família e dos valores tradicionais(pelo menos os que considero úteis e intemporais). Pouco edificou, embora tenha semeado sonhos e utopias. O seu epitáfio bem pode ser a célebre frase “é proibido proibir” …
A comunicação social e a intelectualidade vária que por aí assentou arraiais, têm condicionado psicologicamente o comum do cidadão, impedindo-o de reagir a este estado de coisas.
Cresceram os nossos pais a gritar:

"We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teacher! Leave them kids alone!
All in all it's just another brick in the wall
All in all you're just another brick in the wall
We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teacher! Leave us kids alone!
All in all you're just another brick in the wall
All in all you're just another brick in the wall
"Wrong, Do it again!"
"Wrong, Do it again!"
"If you don't eat yer meat, you can't have any
pudding. How can you
have any pudding if you don't eat yer meat?"
"You! Yes, you behind the bikesheds, stand still
lady!"

e podemos dizer...conseguiram.
Finalmente, coloca-se uma questão: a quem é que esta situação beneficia?Quem aproveita?
Mas isso é já assunto para outra analise, para outro post!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Afinal não anda tudo a dormir!




http://www.sabado.pt/Multimedia/Videos/Reportagem/Maconaria.aspx

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Funcionamento Cúmplice

Se recusarmos que as nossas vidas sejam organizadas por outros, devemos ter a capacidade para nos organizarmos a nós próprios, ou seja, conseguir “reunir os elementos necessários para agirmos como um todo funcional coerente”.
Para nós, anarquistas, indivíduos que desejam ardentemente a eliminação de qualquer traço de tirania e domesticação, isto tem sido experimentado numa variedade de formas de acordo com as condições sociais e económicas predominantes, e marcado pelo conceito particular de "todo" que cada um de nós tem. Se isto pode, em tempos, ter sido interpretado– por alguns –como significando uma grande organização em oposição a uma grande indústria, hoje a desintegração social e a incerteza foram mais longe que qualquer crítica que possa construir deixando para nós a questão -O que Fazer?- .
Somos deixados sozinhos também com um outro dilema delicado: se a minha liberdade depende da liberdade de todos, não depende a liberdade de todos do meu agir para me libertar? E se todos os explorados não estão a agir para se libertarem – como um todo composto tangível – como posso eu funcionar ?
Tendo recusado os ajustes da participação no trabalho voluntário e da mudança progressiva com os quais a ideologia democrática procura saciar os seus inchados sujeitos, fico comigo mesmo e com a minha força imediata.
Eu procuro Cúmplices, os meus cúmplices...alguém interesado?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Enfim!

“Foram eles e suas absurdas e falsas reformas que nos trouxeram a este estado. Foram eles que desmoralizaram de todo o país, que o deslocaram e revolucionaram. Reformadores ignorantes, não souberam dizer senão como os energúmenos de Barras e Robespierre: abaixo! Assim se reformou esta desgraçada terra a machado!

Mais 10 anos de barões e de regime da matéria, e infalivelmente nos foge deste corpo agonizante de Portugal o derradeiro suspiro do espírito.

…Não contentes de revolver até aos fundamentos a desgraçada Pátria com inovações incoerentes, repugnantes umas às outras, e em quase tudo absurdas, sem consultar nossos usos, nossas práticas, nenhuma razão de conveniência, foram ainda atirar com todo este montão de absurdos para além-mar…”

Almeida Garrett (sobre a implantação do liberalismo em Portugal)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Quaresma




Como não sei o que pôr em palavras tanto que quero dizer ao mesmo tempo aqui vai uma cópia á moda antiga...rebusco as palavras acerca do palhaço, que deu um tiro nos cornos, graças a deus, palavras, não-me traia a memória outra vez : aqueles que só sonham dão com os costados na terra bem cedo. Quando percebem a necessidade da razão, a inépcia cultivada ao longo de anos trata-lhes da saúde e acabam como o pobre do clown.

“ Tanto os frangos como as galinhas resistiram dois dias sem grandes demonstrações de desespero, mas ao terceiro começaram a picar-se uns aos outros, as galinhas deixaram de pôr e o cacarejo da fome partia-nos a alma… Oh, se foi um triste regresso ao aviário. E o que veio depois foi ainda pior, porque o exercício lhes tinha aumentado a fome e os malditos frangos começaram a praticar o canibalismo.

Ao décimo dia estavam vivos metade dos frangos, as galinhas não punham ovos mas resistiam, e embora agora me pareça incrível, uma, só uma galinha pôs todos os dias o seu ovo da praxe. Eu apontava no relatório de produção: ovos-um.

- Era um galinha com consciência de classe – assegurou Arancibia.

- Uma heroína do trabalho socialista. Ao décimo primeiro dia, hesitando entre o suicídio ou o assassinato em massa, decidimos pelo segundo, ser criativo era a palavra de ordem, de modo que reuni os os homens mais fortes do aviário, armámo-nos com umas espingardas de caça e saímos em dois camiões rumo à fábrica de rações.

- … as coisas não me parecem tão claras. Esses tipos que tinham ocupado a fábrica de rações também eram camaradase não se resolvem a tiro as contradições no seio do povo.

- Precisas do sopapo? Evidentemente que eram camaradas, também o eram aqueles que ocuparam umas vinhas e decidiram beber toda a produção alegando que estavam há anos a chupar as sobras.

- … Alguns de nós tinham sede de justiça, sede de igualdade social, por que razão não teriam aqueles tipos sede de bom vinho? Os pequeno-burgueses têm uma inapetência natural. É melhor continuares com os frangos.

- As classes podem conseguir acordos temporários tácitos que não danifiquem a estratégia da vanguarda condutora. Di-lo Lénine em O que fazer?- esclareceu Arancibia.

- Lenine não percebia nada de frangos e a camarada Nadezda Krupskaia não era capaz de fritar um ovo. Di-lo o careca em Los Porfiados Hechos – testemunhou Salinas.

-… e a Camarada Kollontai denunciou a perversidade dos mitos sociais transformados em escolhos para a liberdade do amor. Quero saber o que aconteceu ao raio dos frangos.

- … Carregámos os camiões a toda a pressa, regressámos ao aviário, enchemos os comedouros generosamente e fui dormir. Não dormi muito porque, poucas horas depois, alguns camaradas foram acordar-me dizendo que as galinhas e os frangos faziam um bacanal nas capoeiras. Pondo as coisas nessa linguagem que tanto te agrada, os bichos estavam entregues ao mais burguês dos liberalismos e por nossa culpa. Com a pressa, em vez de carregarmos os camiões com ração, fizemo-lo com sacas de um complexo vitamínico que devia ser administrado na proporção de um punhado por cada duas sacas de alimento.

- Nada disso importa se temos o calor das grandes verdades proletárias…

- Uma merda. Nunca foi tão caro produzir um ovo ou ver crescer um frango. Odeio-os com toda a minha alma.

-Peito ou perna?”

Luís Sepúlveda , A sombra do que fomos


quinta-feira, 26 de março de 2009

Tirocínio

Cada um dos 50 Apóstolos que receberam e propagaram a doutrina do Poder:
1: Barack Obama
2: Hu Jintao
3: Nicolas Sarkozy
4-5-6: Economic Triumvirate
7: Gordon Brown
8: Angela Merkel
9: Vladimir Putin
10: Abdullah bin Abdulaziz Al-Saud
11: Ayatollah Ali Khamenei
12: Kim Jong Il
13-14: The Clintons
15: Timothy Geithner
16: Gen. David Petraeus
17: Sonia Gandhi
18: Luiz Inácio Lula da Silva
19: Warren Buffett
20: Gen. Ashfaq Parvez Kayani
21: Nuri al-Maliki
22-23: The Philanthropists
24: Nancy Pelosi
25: Khalifa bin Zayed Al Nahyan
26: Mike Duke
27: Rahm Emanuel
28: Eric Schmidt
29: Jamie Dimon
30-31: Friends of Barack
32: Dominique Strauss-Kahn
33: Rex Tillerson
34: Steve Jobs
35: John Lasseter
36: Michael Bloomberg
37: Pope Benedict XVI
38: Katsuaki Watanabe
39: Rupert Murdoch
40: Jeff Bezos
41: Shahrukh Khan
42: Osama bin Laden
43: Hassan Nasrallah
44: Dr. Margaret Chan
45: Carlos Slim Helú
46: The Dalai Lama
47: Oprah Winfrey
48: Amr Khaled
49: E. A. Adeboye
50: Jim Rogers