"Se o que fizeste ontem te parece grandioso,é porque hoje ainda não fizeste nada."

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A propagar-se!

Na sequência desta ideia e em colaboração com uma associação recentemente efectivada em Espinho[ G.I.U.] deixo aqui uma possível forma de fazer alguma coisa.



PROJECTO O.U.P.A.

1. Com objectivo de debater temas importantes para Espinho,Portugal(UE) e para a Região em que se contextualiza.
Que seja de alguma forma "comemorativa" desse passado de que nos une. No entanto, preocupados mais com o futuro do que com o passado, entendemos que o tema deve prospectivar em vez de retrospectivar.
Assim,escolhi como mote a conhecida obra de Francisco de Holanda, escrita em 1571 mas apenas tornada publica em 1879.

"Lisboa [...] onde todos os que bebem água, não tem mais de um estreito chafariz para tanta gente [...] e deve de trazer a Lisboa Água Livre que de duas léguas dela trouxeram os Romanos, por condutas debaixo da terra, subterrâneos furando muitos montes e com muito gasto e trabalho."

Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa,1571

Francisco de Holanda, artista polivalente, trouxe até nós esta fantástica obra depois de ter feito uma viagem de estudo a Itália, onde bebeu cultura e modernidade, no convívio que teve com artistas e intelectuais renascentistas, entre os quais Miguel Ângelo. Ao regressar a Lisboa, entusiasmado com os novos ideais estéticos humanistas, escreveu, desenhou e sugeriu um conjunto de obras que, do seu ponto de vista, iriam engrandecer Lisboa e coloca-la a par do melhor que havia na Europa e no Mundo.
Estabelecendo as devidas distâncias, temporais e circunstanciais, Espinho também precisa de olhar para o seu futuro, penso eu. Nos últimos anos a "Vila" tem estado sujeita ao casualismo, sem plano de salvaguarda que estruture um objectivo e um caminho. Os projectos implementados, muito discutíveis do ponto de vista teórico e técnico das intervenções, também muito discutíveis do ponto de vista do modelo de desenvolvimento subjacente. No fundo, sem aquele impulso renovador e objectivo das propostas de Francisco de Holanda.
Espinho precisa, como Lisboa precisava, sobretudo, de ideias.

2. O desafio que podemos colocamos a artistas, estudiosos e investigadores de várias áreas tal como a qualquer outra pessoa(*) é que, de forma real ou utópica reflictam sobre este paradigma e que agitem o torpor instalado. Pedimos propostas e visões para Espinho para os próximos 20 anos. Ideias que ajudem, sobretudo, a afirmar Espinho com um novo modelo, dado que estamos a falar de uma praia desactivada cujo único futuro parece ser a "clonagem" para o Brasil. Ideias que possam proporcionar à cidade morta e entregue ao ritual dos passeios de fim-de-semana, um novo fôlego e uma renovada existência.
As ideias e propostas a apresentar poderão ter vários âmbitos, do texto ao desenho, do projecto ao esboço virtual. Poderão ter cariz teórico, técnico ou artístico, segundo a origem formativa dos seus autores. Poderão abranger as áreas da arquitectura e das diferentes artes - pintura, escultura, performance - mas poderão ser também propostas nas áreas da sociologia, da filosofia, do planeamento, da economia e do ambiente entre outras.
Proponho para isso alguma forma de encontro com a apresentação das propostas. Poderá realizar-se uma mesa redonda onde os intervenientes e os participantes poderão discutir as ideias apresentadas.

As propostas serão objecto de publicação aqui [se possível] e, se for caso disso, de uma exposição a realizar oportunamente.

(*) -pessoa
s. f. criatura humana; ser consciente de si mesmo, senhor dos seus actos e, por isso, responsável por eles; o indivíduo considerado no seu aspecto especificamente humano; indivíduo dotado de razão; (gram.) categoria gramatical ligada ao locutor (1.ª pessoa), ao interlocutor (2.ª pessoa) e a outrem que não é locutor nem interlocutor (3.ª pessoa); (psic., moral contemporâneas) por oposição a indivíduo, o ser humano enquanto aberto aos seus semelhantes, integrado numa comunidade de pessoas e orientado para um ideal;
loc. adv.em ~: pessoalmente;
~ colectiva: (dir.) unidade jurídica que resulta de um agrupamento humano organizado, independente dos indivíduos que o formam e capaz de contrair obrigações e exercer direitos;
~ física: um indivíduo humano enquanto sujeito de direitos e de deveres;
~ jurídica: entidade política ou moral, com existência jurídica, como os Estados e as associações com organização legal;
~ moral: grupo de indivíduos ou instituições aos quais se reconhecem direitos e deveres.
(Do lat. persona-, «id.»)

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